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Melanoma: Homens são mais propensos a desenvolver a doença?



Durante todo ano e, especialmente no verão, a nossa pele merece uma atenção especial dado que a exposição prolongada ao sol é um dos principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer de pele.


Esse tipo de tumor representa cerca de 30% de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil. Mas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) apenas 3% dessas neoplasias correspondem ao melanoma.


No artigo de hoje, trazemos os principais fatores de risco do melanoma e algumas atualizações científicas interessantes que podem indicar os motivos pelos quais a doença parece afetar homens e mulheres de maneira diferente.


Quais são os fatores de risco do melanoma?


Diversos estudos sugerem que a exposição ao sol é o principal fator associado ao maior risco da doença. Isso acontece porque a luz solar é composta por raios ultravioleta (UVA e UVB) que podem danificar o DNA das células da pele.


Os raios UVA representam cerca de 95% de toda a radiação UV presente na luz solar, são constantes ao longo do dia e agem em camadas mais profundas da nossa pele. Esse tipo de radiação também é a principal fonte de luz utilizada nas câmaras de bronzeamento artificial. Já a radiação UVB atinge a nossa pele de maneira superficial e é emitida em maior intensidade entre as 10 e 16 horas.


No entanto, cerca de 15% dos melanomas também estão relacionados ao histórico familiar da doença e 22% desses casos parecem ser causados por uma mutação em linhagens germinativas de algum gene, como o CDKN2A (inibidor da quinase ciclina-dependente 2A), que está relacionado à maioria dos casos de melanomas hereditários. Porém outros genes também têm sido associados ao maior risco de desenvolver a doença.


O sexo do paciente pode ser considerado um fator de risco?


Além desses fatores, o gênero do paciente parece ser importante. Muitos estudos indicam que a taxa de sobrevivência ao câncer é diferente entre os sexos.


Homens parecem ser duas vezes mais propensos a desenvolver a forma grave da doença. Eles também parecem possuir menor taxa de sobrevivência em relação às mulheres no mesmo estágio da doença. Porém, os mecanismos que podem justificar o melhor prognóstico feminino ainda não são compreendidos e o fato de as mulheres geralmente cuidarem melhor de sua saúde também não é suficiente para explicar essa diferença.


Nesse sentido, uma hipótese que tem despertado interesse entre os pesquisadores é a de que o melanoma é sensível aos hormônios sexuais. Esses hormônios são produzidos principalmente no córtex da adrenal e nas gônadas (ovário e testículo) e, em menor quantidade, em outros órgãos, como a pele.


Qual a relação entre os hormônios sexuais e o melanoma?


Diversos estudos já demonstraram que o estrógeno regula o crescimento e a diferenciação e neoplásica de diversos tecidos, como os tumores mamários, ovarianos e endometriais. A expressão de receptores desse hormônio, em especial dos receptores ERβ, parece diminuir nos estágios iniciais do câncer de mama, sugerindo um papel protetor contra os efeitos de proliferação celular mediados pelo estrógeno. O ERβ também é o principal receptor do hormônio encontrado no melanoma e a expressão de seu RNA mensageiro e sua proteína é menor nos tumores mais espessos e invasivos. Isso sugere a evolução do melanoma pode depender de quando o tumor se torna independente da ação do hormônio devida à perda do ERβ.


Ao contrário do estrógeno, que pode ser considerado um fator protetor contra o melanoma, pouco se sabe da sua relação com a testosterona. Alguns estudos sugerem que os receptores androgênicos podem contribuir para o crescimento do melanoma. Outros, sugerem que a inibição da atividade desses receptores pode promover o envelhecimento das células tumorais e limitar seu crescimento.

Apesar desses achados serem muito interessantes, ainda há muito a ser estudado sobre a relação entre os hormônios sexuais e o melanoma. Nesse sentido, outras questões que merecem atenção dos pesquisadores dizem respeito ao tratamento e o efeito da imunoterapia na saúde reprodutiva.


Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.

Referências científicas:


Cosci I, Grande G, Di Nisio A, Rocca MS, Del Fiore P, Benna C, Mocellin S, Ferlin A. Cutaneous Melanoma and Hormones: Focus on Sex Differences and the Testis. Int J Mol Sci. 2022 Dec 29;24(1):599. doi: 10.3390/ijms24010599.


American Cancer Society. About melanoma skin cancer. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/melanoma-skin-cancer/about.html. Acesso em: 10 jan. 2023.


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